27 de julho de 2016

Cartas

O tempo foi passando, o café esfriando e a noite vinha mais devagar. Olhado as velhas paginas amareladas me dei conta de que não sabia escrever se não fosse sobre você, sobre aqueles olhos castanhos que tanto me encanta e me sufoca a alma. Não sabia mais me dar com a falta do calor do seu corpo, da sua barba no meu pescoço, do seu beijo e dos abraços demorados.  Os frios se tornaram invernos rigorosos. Talvez as cartas que te escrevo tu nem leia moço. Mais essa sua falta ainda existe em mim, e não existe culpado nem errado, não existe sinto muito nem desculpas, não existe obrigado. Ninguém mostra ninguém vê nem ouve. Os conflitos diários talvez sumam, quando seus olhos castanhos encontrarem os meus e possamos travar aquela batalha diária de amor.

By Thata G.

O Amor

Foto: Irani
26/07/2016
Vejo o amor naquela Rosa desabrochada. 
Vejo amor em pichações nos muros, em lugares distantes, em olhares perdidos, e sorrisos tímidos. Em livros empoeirados, em discos velhos e cômodos bagunçados. Vejo amor no metrô, no ônibus nas passarelas e nas rodovias. Em olhares simples, em abraços longos e beijos demorados.
 Vejo amor em rock, bossa, folk, jazz e samba. 
Vejo amor em olhos castanhos e sorriso largo e desajeitado, na barba de domingo e nas olheiras de segunda. Vejo amor em cada linha que escrevo de alguém que não tem receio de tudo que escrevo.
By: Thata G.

Meu Amor


Que meu amor se encontre em livros perdidos, em discos riscados e empoeirados. Que use camisa de super-herói  e samba-canção, que faça de um dia qualquer aquele samba com poesia. Recite versos quando eu não sorrir e permanecer em silencio. Que meu amor excite meus desejos liberte minha alma e traga a vericidade nas palavras que me acalma. Que tire minhas roupas num infinito de prazer e loucura. Que meu amor use meias para esquentar meus pés enquanto respiramos o mesmo ar. Que a simplicidade  seja nossa riqueza. Que meu amor beba cerveja, café e música no mesmo copo até o final do dia, e que no anoitecer jamais perca a fé. E que a ressaca seja a assinatura de toda nossa aventura.

By: Thata G

Nossa Música

No antigo radio toca aquele Vinil do Pink Floyd - Take it back. Vejo seu sorriso irônico a caminho da cozinha como quem diz  “Essa é Nossa música? ” Fico desconcertada, o sorriso é inevitável. Seu cabelo bagunçado e esses dentes largos que me tiram o folego. A barba mal feita da semana passada insiste me tirar arrepios. Abraça-me até sentir sufocada, me amarra como quem vai cuidar mais logo ameaça em deixar. Nos meus olhos pequenos e castanhos vejo seu medo do amanhã, das madrugadas de lágrimas, do medo da despedida, das horas sozinho e noites mal dormidas.  Sussurro coisas boas enquanto me aperto em seu peito e aquele sorriso frouxo se solta, todos os sentimentos que se escondia vão dando espaço a aquela louca vontade de continuar a lutar por você que ainda não sabe se não, mais não tem a certeza do sim.
By: Thata G.

Minha Bagunça

Foi assim, chegou invadindo meus cômodos,
Colocando  as almofadas do sofá e mudando escrivaninha de lugar. Na mesinha de centro tira toda aquela poeira que eu deixei acumular. Na biblioteca vai organizando os livros e discos que deixei jogado, Sentado na varanda vai organizando as minha plantas, molhando cada  montinho de terra. Os quadros encostados no canto da sala vão ganhando espaço nas paredes. Senta na poltrona, Olha-me de canto, limpa os óculos, abre aquele sorriso frouxo que tem e me chama de pequena.  Consigo identificar nesses olhos grandes que chegou pra organizar, aquela velha bagunça que ninguém tinha paciência. Não se importando com todo caos, medo e os devaneios.  Minha morada será nos teus braços, nos seus traços.
By: Thata G.

26 de julho de 2016

Desejo

E aquele desejo incontrolável de dançar numa noite de lua cheia, aquela nossa bossa do Caetano. Mais é Inverno, desenhei teus olhos castanhos e lembrei-me daquele sorriso nos seus lábios. Do seu cheiro na minha blusa de frio. Perco-me na cama que parece imensa sem você aqui, minha moradia é em seus braços quando me deito do seu lado. Meu sorriso é descente todas as vezes que tenho você ao meu lado. Minha alma adormece junto com os sentimentos deixando o meu corpo trabalhar com seu, ficando indecentemente sem nenhum pudor nas palavras. E o desejo seja somente de ficar e te amar.
By: Thata G.

Doses

Um Café quente, por favor! 
Uma dose daquele sorriso que me devora, que rouba minha seriedade e confunde minha mente. 
Uma dose daqueles olhos que consegue me despir. Um colo, cafuné e carinho que consegue me arrepiar os pelos do braço. Aquele aconchego de mansinho, me adoça me controla, me namora me enrola em você. 
Um coração, por favor! 
Que não seja machucado mau trato e largado, que não tenha tanto espaço mais que tenha um cantinho onde eu caibo e possa fazer morada. 
Uma dose de gratidão! 
Que me cause gritos de liberdade, sorrisos de prazer, olhares de desejo, força de paixão, saudades de loucura e nada pela metade. 
Que seja uma dose e que ela transborde!
By: Thata G

Ei moço

Ei moço não me olha assim. 
Nem venha tirar meu juízo do lugar, e nem adianta sorrir com esses dentes certinhos e brancos como a neve, não engole minha alma com esses olhos castanhos.  A falta do frio na barriga, das mãos suadas, de cada músculo meu se contraindo. 
Estou com sorriso estampado no rosto, de olhos grandes como jabuticabas, na mochila trago minha risada incontrolável, meu humor exagerado, minha falta de atenção, meu modo desajeitado. 
Moço não me olha assim, não enrosca seu pescoço no meu, não beija meu queixo, não me faça gemer com sua barba na minha nuca. Não me olha com esses olhos de rapaz maroto. Só me pega no colo e me deita contigo, me namora, me devora, me consome, faz tremer as pernas e enlouquecer cada desejo meu que insiste em não querer você.
By: Thata G.

Meu coração

Meu coração é um mosaico 
Está calejado e machucado e no meio de tanta desordem, bagunça poeira, da minha loucura por fotografia e livros, de esse amor incontrolável por animais e natureza, dos amores que me deixaram, desse meu turbilhão de sentimentos, dos vários bicos que faço do humor que muda muito rápido, do meu jeito irônico e sarcástico.  Do medo do escuro, e de ficar sozinha, do meu orgasmo por música e literatura, e meu tesão por barba, das minhas lágrimas no chuveiro e dos meus pesadelos na madrugada, do medo de perder as pessoas que amo. Veio você, sorridente, calmo, seguro de si, um semblante sereno que veio acalmar essa tormenta que fazia um estrago em minha pobre alma.
By: Thata G.

Momentos

Joguei tudo que tinha pra se jogar fora.
Rasguei as velhas cartas e quebrei os velhos discos.
A solidão me assombrava a todo instante e escondido dentro do baú de lembranças  guardado na ultima gaveta do armário está o amor. Quase que se abrindo sozinho para  tentar colorir a vida.
Não escrevia mais poesia, apenas lia livros que falavam de nós dois.
Eu senti,escrevi,amei, desejei e  curei feridas, Recitei versos, frases, poemas e cantei.
Deitei  a cabeça no sofá e joguei minhas pernas em cima das tuas.
Comecei a te observar e analisar cada linha de expressão e como olhava fixamente para o futebol na televisão.
Foi quando comecei a perceber que foram exatamente por cada detalhe as mãos, os olhos castanhos, a boca, a barba mal feita
Percebi então porque me apaixone, foi por detalhes pequenos esse desejo de permanecer ali. Jamais deixaria o medo, o escuro, a bagunça.  As caras e boca, os sorrisos e cada olhar.
Tudo isso brincava comigo com meu coração.
“o que foi moça? Porque me olha assim?” ele diz sorrindo, então fui despertada daquele transe hipnótico que ele me fazia ter.
Não discuti, não soltei uma palavra apenas o silencio de nos dois olhando um para outro.
Eu sorri. Não precisávamos dizer nada. Ele tinha enxergado completamente as mesmas coisas que eu.
E aquele  silencio falou por nós dois.
By: Thata G.

Medo


Sim eu tive medo.
Medo de acertar, errar, cair e levantar.
Medo da felicidade, aquela avassaladora felicidade que chega e se aconchega
Tive medo de compartilhar o amor e aquela bagunça que existe dentro de mim, a bagunça da casa e daquele cômodo desarrumado cheio de discos e livros empoeirados.
Fiquei com medo de dividir meus filmes favoritos e as musicas das velhas fitas e de como sou estranha em gostar de coisas antigas
Tive medo de o meus caos  ferrar com toda aquela felicidade que queria  florir
Quando resolvi florescer e deixar todo amor falar, já me encontrava abandonada, largada e sozinha. As cortinas haviam se fechado e a plateia já não se encontrava mais lá
Há historia não encantava ninguém.
A trilha sonora continuava, o vento frio soprava e as cenas ficaram paradas, iriam ficar empoeiradas na gaveta.
Então vem um Novo, novo olhar, novo sorriso, novo gostar e um novo sentir.
E aquele enredo começa , me faz pensar e questionar cada linha desde o começo. E me faz acreditar que talvez dessa vez  eu saiba cantar a nossa historia.