2 de julho de 2012

Martha Medeiros


Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz?
Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?
Estar triste não é estar deprimido.
Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.
Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la

MARTHA MEDEIROS

... Lágrimas...

Quer sabe...

Quer saber toda a verdade?
Você nunca mais foi o mesmo depois de todo aquele tempo em que ficamos sem nos falar, e você sabe disso.
Não existe mais aquele menino fofo que tanto se preocupava comigo?
Sinto falta dos abraços apertados.
Das promessas que fazíamos, dos colos que eu dava e dos que eu recebia.
Sinto falta dos sorrisos, dos olhares e das conversas.
Mas sabe do que mais sinto falta?
De quem eu era quando estava contigo.
Sinto falta daqueles sorrisos exímios que eu dava sempre que estava caminhando ao teu lado, junto a ti. Sinto falta do cara que era o meu amigo, o meu melhor amigo.
Nos dias de hoje mal sei se posso contar com você ou com teus carinhos.
É sempre tão frio e tão seco.
Não existem mais aquelas palavras fofas que me confortavam e nem aqueles abraços que me levantavam.
Os abraços agora não tem mais algum sentimento; são vazios.
O teu bom humor e tua paciência costumam ser raros.
As palavras que era pra confortar, são ditas em vão.
E o colo? Nunca mais foi mencionado.
Sou vazia de você e você vazio de sentimentos.
Por mim; para mim.
Hoje em dia não nos falamos e sabe por quê?
Porque eu parei de insistir em você.
Você nunca conseguiu mais ser o mesmo e acho que cobrei muito isso de você.
Te forcei muito a ficar.
Não vou mais fazer aquela dramatização do caramba dizendo que vou te deixar.
Já desfaleci para correr atrás, então agora é você que escolhe.
Sem forçar a barra, sem insistir, sem implorar para que fique.
Você quem escolhe o que quer, eu exauri.
Se ficar, fique de verdade.
Sem ausências, sem frieza, sem agonia e sem obrigação.
Fique ou não fique, sem meio termo.
Não suporto partidas, mas também não aguento mais pendências.

Faz de conta tah!!!


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