6 de junho de 2016

Marla de Queiroz

Que possam se doer em paz os que sofrem: por angústias existenciais, desamor ou 

qualquer coisa que pareça banal.

 Que possam, simplesmente, silenciar e não sorrir 

naquele dia. 

Que possam entrar em contato profundo com o trecho machucado de sua

 vida, com a garganta magoada pelo choro engolido, com a vontade da desistência. 

E que,

a partir disto, possam qualquer coisa, inclusive decidir o que fazer com isso: pode ser que

 tanto, pode ser que nada. 

Mas, sobretudo, que percebam a não obrigação de cumprir o 

imperativo milenar do “reaja, melhore esta cara, vamos viver!”, pois a vida é esta poça de

 lama também. 

Então, que sejam respeitados em sua dor os que sofrem e que não sejam 

importunados senão por um abraço, ou talvez nem isso. 

Respeitem seus cansaços. Não

 cobrem luz da sombra. 

Que possam se doer em paz enquanto seres sentimentais: ao

 menos não fizeram uso de anestésicos emocionais."

 — Marla de Queiroz.




Nenhum comentário:

Postar um comentário


Layout: Bia Rodrigues | Tecnologia do Blogger | All Rights Reserved ©