“fecho os olhos. clichê. comecei mal. cacete. nem sei porque continuo. só pelo exercitar. uma prática da mesmice. só porque as folhas brancas me irritam. só porque toda essa realidade que se desenvolve fora do meu caderno talvez seja um pouco dura pra mim. dura realidade: clichê. sou uma fábrica de clichês. quem não é? escrevo meio no toque do toc. batendo furiosamente numa máquina de escrever imaginária. mas eu não sou um datilógrafo. não. pois a máquina está na minha cabeça. eu não sou um datilógrafo. sou um mimeógrafo. aquele cheirinho de álcool na folha molhada, a tinta meio borrada. acabei de entregar minha idade (noventa e três por cento das pessoas que estão lendo isto não sabem o que é um mimeógrafo). essa infância dentro de mim. tão perdida. tão clichê.”
J.Castro
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