Bateu um desespero.Um aperto no peito, uma vontade imensa e uma solidão
indiscreta.Desde que as coisas ruins começaram a se adaptarem, houve a perda da
sensibilidade, da esperança e da saudade.Não há mais saudades, lembranças, nem
sequer amores interrompidos.Agora só se trata de abismos, nada e mais
nadas...Entre a dor e o nada, qual você prefere?Não sei.Mas o nada dói. Nos
textos não há mais palavras, só espaços, letras do alfabeto, mal colocadas.Uma
confusão intensa, uma insegurança amarga.Não há pra quem recorrer, nem pra quem
avisar.Não há abraços, nem ligações emocionais.É tudo de uma efemeridade
nojenta.São medos, doidos pra serem enfrentados, mas sem nem sequer chance
disso. Horizontes e caminhos, paisagens, mares, todos, tudo, isolado, sem
ocupação, sem envolvimento, sem vida...Dói alternadamente, bate na porta e ás
vezes arromba, tornando o pouco da ilusão do bom em realidade torturante.Não há
ouvidos ou sossegamentos que adiantem.É você, contra você mesma.É a procura por
algo que não se sabe, ou por algo que não se ache...É ir atrás e permanecer
intacta, é inércia, é dor e mais um pouco de dor...É fazer tudo, e ter a
sensação de que não se fez nada, é tentar pular e ser presa numa camisa força
interna, que te faz lembrar constantemente, que não depende apenas de
você....
Bárbara Cristina
Bárbara Cristina
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