—Deus! crer em Deus! sim como o grito intimo o revela nas horas frias do medo—nas horas em que se tirita de susto e que a morte parece roçar úmida por nos! Na jangada do naufrago, no cadafalso, no deserto —sempre banhado do suor frio—do terror e que vem a crença em Deus! —Crer nele como a utopia do bem absoluto, o sol da luz e do amor, muito bem! Mas se entendeis por ele os ídolos que os homens ergueram banhados de sangue, e o fanatismo beija em sua inanimação de mármore de há cinco mil anos! não credo nele!
Alvares de Azevedo Uma Noite na Taverna
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